Resistência à insulina
A insulina é fundamental para a vida porque é o hormônio responsável por retirar a glicose do sangue e leva-la às células do corpo, além de atuar no metabolismo das gorduras. A resistência à insulina corresponde então a uma dificuldade desse hormônio em exercer sua ação nos tecidos.
Para vencer essa resistência, o pâncreas precisa produzir níveis maiores de insulina (hiperinsulinemia compensatória), que com o tempo, com o aumento progressivo do peso e com a influência de outros fatores ambientais podem predispor à intolerância à glicose e ao diabetes. O elevado nível de insulina também favorece ainda o aparecimento da hipertensão arterial.
Quem tem risco de desenvolver síndrome metabólica?
Pessoas que têm acúmulo de gordura abdominal, vida sedentária e fatores genéticos, como histórico de diabetes na família, podem desenvolver a Síndrome Metabólica.
A obesidade é um importante fator de risco, mas nem todo obeso terá, necessariamente, síndrome metabólica, no entanto, a grande parte dos pacientes com a doença está acima do peso ideal. Na maioria dos casos, as manifestações começam na idade adulta ou na meia-idade e aumentam muito com o envelhecimento.
Como saber se eu tenho Síndrome Metabólica
A Síndrome Metabólica começou a ser estudada na década de 80 do século passado, quando se percebeu que a associação de hipertensão arterial, alterações na glicose, alterações no colesterol e acúmulo de gordura abdominal, possuem um elo comum que é a resistência à insulina associada a um quadro de desequilíbrio metabólico. Hoje, a síndrome metabólica já é considerada um dos principais desafios da prática clínica.
O diagnóstico leva em conta as características clínicas e dados laboratoriais. A presença de três destes fatores já pode caracterizar a Síndrome Metabólica.
Riscos da Síndrome Metabólica
A Síndrome Metabólica está associada aos seguintes fatores que contribuem para o aumento do risco de doença cardiovascular:
– Resistência insulínica;
– Dislipidemia;
– Hipertensão arterial;
– Estado protrombótico;
– Estado proinflamatório;
– Esteatose hepática não alcoólica;
– Alterações reprodutivas;
– Diabetes mellitus.
Perda de peso
Sem dúvida, o ponto fundamental para evitar as complicações da Síndrome Metabólica é a perda de peso e o controle da obesidade. O tratamento cirúrgico da obesidade deve ser considerado dentro dos parâmetros já definidos em março de 1991, pelo US National Institute of Health Consensus Development Conference Panel, que são os seguintes:
– A cirurgia deve ser considerada para o paciente obeso mórbido (IMC >40kg/m2), ou obeso com IMC >35 kg/m²desde que apresente comorbidades clínicas importantes, e somente após ter sido submetido a tratamento clínico adequado, mas sem resultados.
– O paciente só deverá ser operado se estiver bem informado sobre o tratamento, motivado e se apresentar risco operatório aceitável.
Como medir a circunferência abdominal
A circunferência abdominal é medida bem no meio da distância entre a crista ilíaca (o ponto mais alto do osso do quadril) e o rebordo costal inferior (a última costela).
Por ser o índice antropométrico mais representativo da gordura intra-abdominal e de aferição mais simples e reprodutível, é a medida recomendada.
Apesar de não fazerem parte dos critérios diagnósticos da síndrome metabólica, várias condições clínicas e fisiopatológicas estão, frequentemente, a ela associadas, tais como: síndrome de ovários policísticos, acanthosis nigricans, doença hepática gordurosa não-alcoólica, microalbuminúria, estados pró-trombóticos, estados pró-inflamatórios e de disfunção endotelial e hiperuricemia.