Obesidade e perda de memória: existe relação?

Que a obesidade é uma doença que provoca múltiplos danos físicos no corpo, por meio de doenças associadas, todo mundo já sabe. Entretanto, pesquisas e estudos recentes parecem apontar que haja correlação entre a obesidade e problemas no sistema cognitivo. Depoimentos de alguns pacientes que realizaram cirurgia bariátrica também apontam para a existência de lapsos de memória. Mas será que, de fato, existe uma ligação direta entre essas coisas?

Estudos sobre o assunto

Dados divulgados por um estudo da Universidade de Cambridge encontrou uma ligação entre o Índice de Massa Corporal (IMC), usado para indicar o nível de obesidade, e um aparente déficit de memória. A referida investigação conclui ainda que o excesso de peso pode contribuir para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos, como a Doença de Alzheimer.

Pesquisa realizada na Universidade de Boston relatou que adultos de meia-idade saudáveis, mas com mais gordura abdominal, tendem a ter um cérebro menos volumoso. O problema é mais evidente no hipocampo, uma estrutura cerebral profunda que tem a função de aprender e guardar memórias – muito menor em obesos do que em pessoas mais magras.

Finalmente, a equipe do Centro de Neurociências Comportamentais da American University, em Washington desenvolveu uma experiência com ratos, quando buscava informações sobre o hipocampo – uma parte do cérebro relacionada à memória. Notou-se que os ratos com danos no hipocampo procuravam alimentos com mais frequência do que os demais, mas comiam um pouco e logo deixavam a comida de lado – como se não soubessem que estavam satisfeitos. Ao cruzar dados de outros estudos sobre o tema, a equipe concluiu que uma dieta rica em gorduras saturadas e açúcares pode prejudicar regiões do cérebro importantes para a memória.

Para a Dra Mariana Siqueira, endocrinologista do IBO, é preciso cautela para analisar estes resultados. “Essas pesquisas se tratam de estudos observacionais, com grupos menores ou realizadas em animais – tornando-se difícil traçar uma linha direta de causa e efeito. Ainda há muita especulação, mas o que de fato sabemos é que a obesidade provoca uma série de doenças que, quando associadas, podem causar alterações cerebrais”.

Estilo de vida prejudicial

Pessoas obesas tendem a ter um estilo de vida mais sedentário que gera maior acúmulo de gordura no corpo. Quando associamos isso a uma dieta rica em alimentos cheios de açúcares e gordura saturada, o resultado é um paciente com alta probabilidade de desenvolver problemas cardiovasculares, hipertensão arterial, alterações do colesterol e diabetes, entre outras doenças. Estas alterações podem afetar o cérebro.

Ao entendermos que a obesidade pode causar danos ao cérebro e afetar, inclusive, a memória, novas formas de abordagem podem surgir. Se a qualidade dos alimentos pode prejudicar o sistema cognitivo e tornar a pessoa propensa a comer ainda mais, então fica mais evidente a necessidade de se adotar hábitos saudáveis na hora da alimentação, não apenas na qualidade da comida, mas no ambiente e comportamento do paciente – evitando, por exemplo, distrações que façam a pessoa comer mais sem perceber.

“Há um ciclo vicioso que precisa ser tratado no paciente obeso, especialmente ao lidarmos com a qualidade da sua alimentação. A gordura visceral leva a prejuízos por conta das doenças associadas e isso pode provocar alterações cerebrais no hipocampo. Tudo isso reforça a importância do tratamento correto da obesidade”, esclarece Dra Mariana.

A obesidade é uma doença multifatorial e prejuízos causados ao cérebro não costumam ter apenas uma causa, mas uma combinação de fatores. Deste modo, seja com danos físicos ou mentais, a obesidade requer tratamento especializado por profissionais capacitados no cuidado com este tipo de paciente.

O Instituto Baiano de Obesidade conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos cirurgiões, endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos aptos a cuidar da pessoa obesa de modo integral e integrado.

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O índice de massa corporal (IMC) é um dos parâmetros mais utilizados para classificar sobrepeso e obesidade em adultos. Ele é calculado a partir da divisão do peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado.

Quanto mais alto o IMC, maiores os riscos de doenças como diabetes, hipertensão, apneia do sono, doenças de articulações, entre outras.

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