A obesidade é o segundo fator de risco de agravamento da infecção pelo novo coronavírus, ficando atrás apenas da idade. Essa informação tem preocupado médicos e especialistas, já que cerca de 20% da população brasileira estão obesos e 56% acima do peso.
De acordo com o presidente do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Mário Carra, a doença acaba se tornando mais grave em razão da inflamação causada pela obesidade, que acaba por dificultar a resposta imunológica dos pacientes acima do peso ao vírus.
Independente da idade, a obesidade, diabetes e hipertensão não controlados estão presentes em um número grande dos pacientes infectados e internados. Mais de 60% das internações em Nova York eram portadores de obesidade e cerca de 50% de diabetes, foi divulgado em revistas médicas de relevância. Já um estudo francês relaciona a obesidade diretamente com o número de pacientes com covid-19 em UTIS e sob ventilação mecânica.
A obesidade é uma doença crônica, que aumenta o risco de ter complicações como pressão alta, diabetes e doenças cardiovasculares. Recentemente, o Ministério da Saúde traçou o perfil do brasileiro em relação as doenças crônicas mais incidentes no pais: 7,4% tem diabetes, 24,5% tem hipertensão e 20,3% estão obesos – dados da pesquisa Vigitel 2019.
No período de 13 anos, o maior aumento é em relação a obesidade, que passou de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019, uma ampliação de 72%, o que aponta que 2 a cada 10 brasileiros estão obesos. Se considerar o excesso de peso, metade dos brasileiros está nesta situação (55,4%).
A pesquisa mostrou que, no período entre 2006 e 2019, a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4% e a hipertensão arterial subiu de 22,6% para 24,5%. Em relação à diabetes, o perfil de maior prevalência está entre mulheres e pessoas adultas com 65 anos ou mais. O mesmo perfil se aplica a hipertensão arterial, chegando a acometer 59,3% dos adultos com 65 anos ou mais, sendo 55,5% dos homens e 61,6% das mulheres.