O sexo e a obesidade: saiba como a doença influencia sua vida sexual

A obesidade é uma doença que interfere diretamente na qualidade de vida do paciente, principalmente nos aspectos pessoais e sexuais de cada indivíduo. Muitas dúvidas surgem acerca da interferência da obesidade no prazer sexual, se há relação com infertilidade e como a cirurgia bariátrica influencia neste cenário. É importante ressaltar que, em muitos casos, esta comorbidade desencadeia disfunções como perda de libido e apetite sexual, disfunção erétil e infertilidade – muitas vezes relacionados com a baixa autoestima e casos de depressão.

O sobrepeso em si não interfere no prazer sexual, mas existem características a serem analisadas que podem levar a pessoa à perda de prazer. Um paciente acima do peso pode não gostar da sua imagem corporal, e essa não aceitação ou autoimagem negativa podem fazer com que o indivíduo apresente baixa autoestima ou até desenvolva quadros de depressão.

Este abalo emocional pode afetar a percepção das sensações corporais, emoções e sentimentos despertados pelo contato com si mesmo e com o outro, diminuindo o desejo sexual, fazendo com que o parceiro se prive dos relacionamentos mais íntimos. É importante que no tratamento da obesidade o paciente passe pelo acompanhamento psicológico antes, durante e depois, principalmente para repensar a forma como se percebe e se aceita, para elevar e estabilizar a autoestima, para que nos relacionamentos pessoais e até mesmo profissionais, não exista uma enorme cobrança ou sobrecarga de sentimentos.

Disfunção erétil

O excesso de peso também pode causar a impotência sexual. Assim como na perda de prazer, a disfunção erétil está ligada às questões psicológicas como ansiedade, depressão e estresse, diminuindo diretamente a libido. Mas os problemas circulatórios desencadeados pela obesidade também podem ser a causa para o problema, já que a ereção depende diretamente do fluxo sanguíneo para o órgão sexual masculino e a obesidade afeta a saúde dos vasos.

Outra questão ligada à impotência nos pacientes obesos é o uso de remédios. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia realizada em 2012 aponta que, de 51% dos brasileiros que estão acima ou muito acima do peso, 37% usam remédio para ereção. Esses medicamentos podem causar problemas cardíacos e também afetam a ereção, já o aumento de peso e sedentarismo/falta de atividade física estreita as artérias onde está depositado o colesterol. Além disso, homens que vivem com obesidade também passam pela falta de testosterona.

 

Falta de fertilidade

Já para as mulheres o grande problema está na falta de fertilidade desencadeada pela obesidade, principalmente pelo público feminino ser mais propenso à doença – já que naturalmente possuem mais gordura corporal e outras tendências como menopausa, distúrbios hormonais e síndrome de ovários policísticos.

Nas mulheres a obesidade está associada à perda de prazer, infertilidade, aborto, mortes maternas e dificuldades obstétricas como hipertensão, diabete gestacional, mascrossomia fetal, infecção urinária, prematuridade e dificuldades de parto (ocorrência de anormalidades de tamanho ou posição fetal).

Acredita-se que a incidência maior desses problemas ginecológicos nas mulheres obesas é causada pela anovulação, alterações endócrinas e metabólicas (produção elevada de estrógenos, distúrbio do metabolismo dos esteroides, alteração da insulina etc). Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), “em geral a obesidade provoca alterações hormonais e prejudica o desenvolvimento dos óvulos, o que pode gerar infertilidade ou dificuldade de engravidar”.

Como resolver a infertilidade nas mulheres obesas?

Muitas mulheres com obesidade têm procurado pelo tratamento da obesidade por meio da cirurgia bariátrica para resolver a falta de fertilidade e realizarem o sonho de serem mães, já que o tratamento tem sido relacionado à melhoria do ciclo menstrual e a redução do risco de abortos.

Segundo um estudo chamado Bariatric surgery in obese women of reproductive age improves conditions that underlie fertility and pregnancy outcomes: retrospective cohort study of UK National Bariatric Surgery Registry (NBSR), a cirurgia tem respostas positivas para a fertilidade e prognóstico obstétrico, relacionados à regularização da menstruação e redução da síndrome dos ovários policísticos e de diabete tipo 2.

Pesquisadores da Universidade de Iowa nos Estados Unidos também concluem que 100% das mulheres com obesidade mórbida diagnosticadas com infertilidade relacionada a síndrome dos ovários policísticos que desejavam ter filhos, engravidaram dentro de três anos após a cirurgia de bypass gástrico.

Depois de quanto tempo de cirurgia posso retomar a relação sexual?

O esforço durante a relação sexual não é recomendado, por isso que é indicado que o paciente volte a ter relações a partir de 60 dias para pequenos esforços, e só depois de 6 meses liberado para grandes esforços. Vale lembrar que o sexo não é o problema, então se for algo tranquilo, com posições confortáveis e de preferência sem nenhum esforço, desde a alta, se desejar, pode ter relações.
Já para engravidar, é necessário esperar no mínimo um ano para que o organismo esteja adaptado à nova rotina nutricional. É importante que antes de começar a tentar engravidar, a mulher faça todos os exames e avaliações necessárias com o cirurgião, equipe multidisciplinar e ginecologista ou obstetra.

Fontes: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413208717300079
https://www.news-medical.net/news/20110615/13833/Portuguese.aspx
https://bebe.abril.com.br/gravidez/tudo-sobre-a-gravidez-de-mulheres-com-obesidade/
https://www.tuasaude.com/como-e-a-gravidez-da-mulher-obesa/
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/mulheres-obesas-recorrem-a-cirurgia-bariatrica-para-engravidar/

Cirurgia bariátrica é opção para gravidez com menor risco


https://www.vyaestelar.com.br/post/8030/sobrepeso-interfere-no-prazer-sexual

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